As fissuras labiopalatinas (conhecido como Lábio Leporino) são malformações identificadas pela presença de fenda na região óssea ou mucosa da abóbada palatina, podendo ser completas ou não. Sua incidência, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é de 1:650 nascimentos e sua etiologia é multifatorial.
A maioria dos fatores de risco podem ser reconhecidos durante o planeamento familiar e as consultas pré-natais
Qualquer fator físico, químico ou biológico apresenta potencial para determinar a ocorrência de fissura labiopalatina
Em relação aos fatores ambientais, os principais são o tabagismo, ingestão de bebida alcoólica, deficiências vitamínicas e drogas anticonvulsionantes (fenitoínas). Além destes, existem outros fatores que podem elevar o risco de fissuras, como o estresse, devido a liberação de corticosterona, os benzodiazepínicos, doenças virais agudas (vírus influenza ou sarampo)
A exposição da gestante ao grupo dos antibióticos, também podem levar ao desenvolvimento de fissuras. Por exemplo, a penicilina, biosintéticas, ampicilinas e tetraciclinas; dos antifúngicos principalmente nistatina; dos anti-inflamatórios como diclofenacos de sódio e potássico; e diferentes drogas broncodilatadoras como fenotenol e salbutamol, pois agem no mecanismo de ação que intervém no desenvolvimento embrionário, resultando na falha parcial de fusão dos processos nasais médios e outras anormalidades
Também podemos citar fatores nutricionais e vitamínicos. É de grande importância a complementação vitamínica durante a gestação, especialmente o ácido fólico – Além do ácido fólico, as vitaminas B6 e B2 também mostram eficiência na prevenção de fissuras
Segundo a OMS, 20% dos casos de fissuras lábio-palatinas atribui-se ao tabagismo. Até o mesmo o fumo passivo pode elevar o risco para essa malformação.
Sendo assim, uma mãe fumante apesenta maiores riscos de gerar um filho com fissuras, podendo o risco chegar a 2,3 vezes. Já no consumo excessivo de álcool, o risco de formação de fissuras é de 3,4 vezes. Em 10% dos bebês com síndrome alcoólica fetal, apresentam fissura palatina
CLASSIFICAÇÃO DAS FISSURAS
Grupo I – Lábio leporino
Este grupo envolve as fissuras que afetam o lábio com ou sem afetar o rebordo alveolar e podem ser unilaterais, bilaterais ou medianas.
Grupo II – Fissura labiopalatina completa
De acordo com a classificação, esse tipo de fissura envolve completamente o lábio, rebordo alveolar e palato, ou seja, a fenda cruza o forame incisivo, e pode ser unilateral, bilateral ou mediana.
Grupo III – fissura palatina
Este grupo inclui apenas fissura palatina. Esse tipo fissura envolve o palato em diferentes extensões, total ou parcialmente, também sendo descrito como completo ou incompleta de acordo com a extensão da fenda palato.
Grupo IV: fissuras faciais raras
São definidas como fissuras raras porque envolvem outras estruturas além do lábio e/ou palato, como a fissura oro-ocular, unilateral e/ou bilateral macrostomia, fissura do lábio inferior, fissura mandibular, fenda palpebral e fenda oblíqua, entre outras. Em geral, a gravidade das fissuras depende a gravidade da agressão ao embrião em desenvolvimento.